O Serviço de Neurocirurgia do Hospital São Marcos realizou, no último sábado (2), uma cirurgia para tratamento de doença de Parkinson utilizando a monitorização neurofisiológica, através de microelétrodos. O procedimento, inédito no Piauí, foi acompanhado pelo neurocirurgião Erich Fonoff e a neurofisiologista Dra. Jessie Navarro – da equipe do Hospital das Clinicas de São Paulo – e contou com a coordenação local do neurocirurgião Francisco Alencar, sócio-fundador do Instituto de Neurociências do Piauí.
Os microelétrodos foram implantados em localização profunda do cérebro do paciente para definição precisa do alvo usado para o tratamento e captação gráfica de sinais elétricos, além do sistema convencional de localização pela estereotaxia. “Este procedimento serviu para marcar o uso da tecnologia de monitorização neurofisiológica cerebral em nosso Estado e para treinar a equipe do hospital. Esta técnica já faz parte das cirurgias para distúrbios do movimento no sul e sudeste do Brasil, sendo a primeira vez no Piauí”, explicou o Dr Francisco Alencar.
Resultado da união entre a neurocirurgia e o uso de softwares de ponta, a estereotaxia, associada à monitorização neurofisiológica, constitui-se em uma tecnologia avançada e de precisão milimétrica e permite localizar a posição exata de um tumor ou de uma lesão no cérebro ou na coluna, possibilitando o diagnóstico preciso e a realização da cirurgia guiada por imagem e minimamente invasiva. Além disso, tem oferecido novas perspectivas ao tratamento de doenças neurológicas como dor crônica, doenças degenerativas (como o mal de Parkinson), tumores, dentre outras patologias que afetam o sistema nervoso.
O neurocirurgião Erich Fonoff explicou que o procedimento começa com a realização de uma tomografia de crânio, com um sistema de coordenadas cartesianas instalado no crânio do paciente, que dará a noção de profundidade, altura e largura do alvo. O sistema é definido usando um software desenvolvido especificamente para o planejamento deste tipo de cirurgia e, já no centro cirúrgico, são inseridos os eletrodos responsáveis por enviar estímulos ao cérebro e permitir a captação da resposta neurológica. “Este procedimento vai definir a melhor local a ser usado como alvo terapêutico, levando mais segurança e melhor resultado clínico”, conclui Erich Fonoff.
De acordo com a equipe médica, o resultado deste procedimento é instantâneo, pois é realizado sob anestesia local. O paciente sai da sala cirúrgica já sem os tremores, que são incapacitantes.Também compôs a equipe o neurocirurgião e sócio-fundador do Instituto de Neurociências do Piauí, Benjamim Pessoa Vale.
Francisco Alencar reiterou a importância do apoio do Hospital São Marcos na realização destes procedimentos e destacou que essas ações vão, cada vez, aproximar a medicina piauienses dos grandes centros. “Assim, poderemos fazer aqui os procedimentos com a mesma tecnologia, dispensando envio dos pacientes para outros Estados”, finalizou Francisco Alencar.
Com informações do Site do Hospital São Marcos