Processo de reeducação alimentar requer determinação

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Na ficha da ginástica, a frequência assinalada indica treinos de segunda a sexta-feira. “Mas sexta não combina com academia. Então, eu nunca vou”, resume a redatora publicitária Luisa Lemos, 25. E não para por aí. Algum outro dia da semana acaba igualmente subjugado, seja pelo motivo que for. “Sou muito fácil de não ir. Não sou muito bitolada”, admite.

Ela sabe dos benefícios decorrentes da combinação dieta e exercícios. Até curte os chamados “lanches saudáveis” e sente o corpo responder melhor às demandas puxadas do dia quando vai à ginástica. Chega, inclusive, a levar frutas, sucos, iogurte, biscoitos integrais e sanduíches leves para o trabalho. Mas uma certa “coxinha do céu que tem Deus dentro de tão boa” é o ponto fraco.

Toda e qualquer dieta fica de lado. Quase sempre mais de uma vez por semana. “O povo me chama e é muito difícil decidir entre o biscoito e a coxinha. A coxinha é boa demaaaais! Como ‘porcaria’ sem dia específico e não me apego a tabela nutricional. Não me privo de comer o que gosto”, descontrai ela.

Um erro que a personal trainer Érika Vasconcelos diz ser preciso evitar. “Você está fazendo dieta e fura. No fim, se era para emagrecer dois quilos, você não vai emagrecer dois quilos. Porque você saiu da linha. Não estou dizendo para você deixar de comer tudo o que gosta de uma vez. É tirar aos poucos. E, se você gosta de comer coxinha, chocolate, sorvete, reserve só um dia da semana para fazer isso. E, ainda assim, coma pouco. Coma com consciência. Todo dia não dá. O corpo vai acumulando”.

Conforme Érika, não consorciar a dieta a algum exercício físico também gera prejuízo ao processo de reeducação alimentar. “Porque (ao associar) você vai ter resultado mais rápido. No primeiro mês, já nota resultado. Não é nada gritante, mas nota. Agora, se você tem uma dieta mais rigorosa e faz atividade física, não tem problema uma vez perdida comer uma pizza inteira”, pondera.

Essa dieta rigorosa, a personal alerta, deve ser prescrita por um nutricionista profissional. A exemplo do que buscou Rejeane Sousa, 36. A administradora ainda não conseguiu, no entanto, aliar o novo hábito alimentar com a rotina de exercícios. “Só poderia fazer academia se fosse de manhã bem cedo. Mas não dá. Tenho preguiça. Deixar de dormir para levantar e fazer academia não rola”.

Ela já tentou. Sentiu o lado bom de um corpo mais disposto devido à musculação. “Mas o corre-corre do dia me faz preferir dormir um pouco mais”. Além do trabalho, parte da atenção é dada ao filho de cinco anos. Aí, deslizes acontecem até na dieta. “Procuro seguir à risca. Mas não vou mentir: tem dia em que chuto o pau da barraca. Lógico que fica um peso na consciência. Mas é uma vez na vida. Não dá pra fazer sempre. Você toma chá verde e come granola pra compensar”, brinca e ensina a administradora.

Rejeane, no entanto, prevê mudanças. A curto prazo. Na rotina da reeducação e em si. “Abriu uma academia perto do trabalho. Estamos montando um grupo pra fazer todo mundo junto na hora do almoço”, promete.
Para evitar o autoboicote alimentar, a nutricionista Ana Coeli Guimarães sugere você fazer a si duas perguntas: “estou realmente com fome?” e “essa quantidade é ideal ou será de que dá para trocar esse petisco por algo mais saudável?”.
“A pergunta pode parecer boba porque, se estamos comendo, é fome, certo? Errado! Também comemos (e muito) porque estamos com sede, tristes, ansiosos ou simplesmente porque há um pacote de bolacha dando sopa na mesa. Em vez de atacar um pacote de salgadinho, vá de frutas secas. Além de matar a fome, esse tipo de troca faz bem para a saúde”. (Bruno de Castro – [email protected])

 

Saiba mais:


Os principais erros cometidos por quem inicia um processo de reeducação alimentar.

 

Estabelecer dieta sem consultar um nutricionista. “Porque cada pessoa tem um organismo diferente, que requer uma alimentação específica e associada à rotina do trabalho e do exercício”, explica a personal Érika Vasconcelos.

Querer resultados imediatos.
Reduzir drasticamente e por conta própria a ingestão de alguns alimentos.
Ficar muito tempo sem comer. “Essa conduta faz com que na próxima refeição se coma muito mais e ainda perca o processo seletivo, ou seja, coma tudo que encontre pela frente”, explica a nutricionista Fabiana Fontes.
Reduzir calorias durante a semana e, aos sábados e domingos, comer de tudo.
Não atrelar dieta a uma rotina de exercícios.
Comer rápido, pular refeições e substituir o almoço, por exemplo, por uma fruta ou apenas “beliscar” algo.
Exclusão total de carboidratos em privilégio das proteínas, que pode provocar deficiência de vitaminas e minerais no organismo.
O ideal é comer de três em três horas, fazendo, ao todo, seis refeições no dia.

 

FONTE: Jornal O Povo

http://www.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2013/08/31/noticiasjornalcienciaesaude,3120164/gula-preguica-e-outras-desculpas.shtml