O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que acontece por um atraso no desenvolvimento e na maturidade do cérebro das crianças.
Joniel Soares, neuropediatra do Instituto de Neurociências do Piauí.
Joniel Soares, neuropediatra do Instituto de Neurociências do Piauí, faz uma comparação simples para explicar o transtorno. “É como se você tivesse crianças numa mesma sala, com alturas diferentes. Todas elas vão ganhar uma mesma altura numa época da vida, mas nem todas vão chegar naquela altura ao mesmo tempo. Da mesma forma é o TDAH, têm crianças que vão chegar numa maturidade do desenvolvimento cerebral numa época da vida, e as outras vão alcançar aquele mesmo estágio numa época posterior”, explica o especialista.
A criança com TDAH pode ter vários tipos de comportamento, os mais comuns são a hiperatividade e a desatenção. O individuo portador do transtorno se distrai facilmente e tenta fazer várias coisas ao mesmo tempo e não acaba o que está fazendo antes de começar outra coisa.
Considerando todas as crianças portadoras de TDAH, cerca de 75{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595} estarão livres de qualquer sintoma ao atingirem a fase adulta. “É um atraso no amadurecimento. As crianças vão alcançar a maturidade do desenvolvimento cerebral numa idade um pouco posterior a das outras crianças. Mas 25{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595} das crianças que têm TDAH, continuam com a doença na fase adulta. O TDAH é uma doença biológica, algumas pessoas vão amadurecer mais cedo e outras mais tarde. O problema é que a escola e a sociedade exigem que as crianças da mesma idade tenham o mesmo funcionamento e isso não pode ser, a natureza não funciona dessa forma”, alerta Joniel Soares.
Apesar da causa ser desconhecida, alguns fatores podem aumentar o risco da criança ter a doença. Se a mãe for fumante ou se os pais tiverem o transtorno, as chances são bem maiores. O TDHA é a doença que tem um dos maiores coeficientes de hereditariedade, ele é de 80{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595}, muito maior do que, por exemplo, a asma.
O neuropediatra alerta que boa parte das crianças que têm TDAH não precisam de tratamento medicamentoso. “O tratamento tem vários níveis e modalidades. Muitas crianças com a doença conseguem contornar essa dificuldade só com reforço e uma exigência maior dos pais. Outras delas não vão conseguir, vão precisar de psicopedagogo, de fonoaudiólogo e de outros profissionais para ajudar. Aquelas que mesmo com tudo isso, não conseguem ter o resultado satisfatório é que vão precisar de remédio”.
Fonte: Ascom do Instituto de Neurociências do Piauí