Engana-se quem pensa que o Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é uma doença restrita ao público da terceira idade. É cada vez maior a quantidade de jovens vítimas do AVC, que é o campeão entre as causas da morte no Brasil. O aumento no acesso ao diagnóstico da doença, o sedentarismo e hábitos alimentares errados estão entre as principais causas dessa mudança no quadro de vítimas do AVC.
De acordo com números divulgados pelo Datasus, o banco de dados do Ministério da Saúde, entre 1998 e 2007, houve um crescimento de 64{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595} nas internações por AVC entre homens de 15 a 34 anos, e de 41{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595} entre mulheres na mesma faixa etária. No Piauí, a taxa de mortalidade específica pela doença corresponde a 64,5{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595}.
O AVC possui dois tipos (isquêmico e hemorrágico) e se caracteriza quando o suprimento sanguíneo é reduzido ou bloqueado, podendo levar à perda súbita da função neurológica e ao aparecimento de lesões cerebrais. Para os médicos, o aumento da incidência de doenças que são fatores de risco para o AVC, a exemplo da hipertensão, diabetes, alcoolismo e obesidade, é apontado com um dos principais motivos para o derrame acometer um número cada vez maior de jovens.
“O próprio acesso ao diagnóstico da doença melhorou no país nos últimos anos. Além disso, o consumo de drogas, bebidas alcoólicas e cigarro é combinação que favorece a ocorrência de AVC“, explica o neurocirurgião Benjamim Vale. Segundo ele, entre as mulheres que sofrem de enxaqueca, o uso de pílulas anticoncepcionais sem indicação e acompanhamento médico também pode levar a um AVC.
Boas notícias
Apesar dos altos índices de mortalidade, a boa notícia é que a prevenção e o atendimento rápido amenizam as sequelas da doença. As principais são dificuldades para falar, a perda de movimentos nos braços e nas pernas e até a depressão. Daí a importância do acompanhamento multiprofissional para que as vítimas tenham sucesso na reabilitação.
“Em alguns casos, somente os medicamentos conseguem desobstruir os vasos, mas em outros é necessária a cirurgia. A reabilitação quase sempre é necessária para amenizar as sequelas deixadas pela doença”, diz Benjamim. Sessões de fisioterapia e fonoaudiologia estão entre as que ajudam na recuperação de quem teve um AVC. Ele reforça, também que o apoio da família é essencial neste processo.
Ações preventivas e o diagnóstico precoce podem fazer toda a diferença, especialmente no que diz respeito à ocorrência do AVC. A vítima que é atendida em até quatro horas após os primeiros sintomas de um derrame cerebral, por exemplo, tem as chances de sobrevida sem sequelas aumentadas em até 30{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595}. “Trata-se de uma emergência médica. Quem tem um AVC deve ser atendido em até seis horas após o início dos sintomas”, enfatiza Benjamim.
Acompanhamento médico regular e controle dos fatores de risco modificáveis (sedentarismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, alcoolismo e tabagismo) são algumas das ações que podem ajudar a evitar a doença. Realizar atividades físicas com frequência e seguir uma dieta balanceada – com a redução de comidas com sal, açúcar e gordura – são outras ações eficazes para prevenir o AVC.
Fonte: R2 Assessoria de Comunicação