Especialista alerta sobre importância de teste da orelhinha em recém-nascidos
Além do teste do pezinho, capaz de detectar doenças difíceis de identificar nos exames pré-natais, e o teste do olhinho, que sinaliza enfermidades oculares, o teste da orelhinha é mais um exame que deve ser incluído na lista de avaliações logo nos primeiros dias de vida de um recém-nascido.
No Brasil, a Lei nº 12.303/2012 estabelece a obrigatoriedade do exame, capaz de diagnosticar qualquer desvio no aparelho auditivo do recém-nascido. O teste da orelhinha pode evitar, também, problemas no desenvolvimento da fala da criança.
“O desenvolvimento da linguagem está totalmente interligado ao bom funcionamento da audição. A perda na capacidade de distinção sonora, ainda que pequena, pode comprometer o recebimento adequado de informações e a habilidade da fala”, alerta a otorrinolaringologista do Instituto de Neurociências Silvia Bona.
Segundo Silvia, o teste da orelhinha deve ser realizado, preferencialmente, no primeiro mês de vida. “Caso seja detectada alguma anormalidade na saúde auditiva do recém-nascido, o tratamento específico ao problema identificado deve ser iniciado com o acompanhamento de um otorrinolaringologista”, complementa.
Teste ajuda a descobrir doenças precocemente
Com quatro anos, a pequena Luara Gomes esteve em sua primeira consulta ao otorrinolaringologista. A dificuldade na respiração, roncos noturnos e problemas de dentição são alguns dos motivos que levaram sua mãe, Rayanne Gomes, a procurar um especialista.
“Em consulta corriqueira, a pediatra pediu que procurássemos um especialista. Passando por vários médicos, mas finalmente os problemas da minha filha foram diagnosticados. Agora, com o acompanhamento da otorrinolaringologista, vamos iniciar o tratamento adequado”, comenta Rayanne Gomes.
A otorrinolaringologista do Instituto de Neurociências, Silvia Bona, explica o caso de Luara. “Há um bom tempo a criança apresenta um quadro de respiração pela boca – o correto é respiramos pelo nariz – o que tem acarretado uma série de problemas, a exemplo do formato irregular da mandíbula”, pondera.
Segundo Silvia, a falta de uma consulta quando recém-nascida, do diagnóstico e, principalmente, do acompanhamento de um especialista adequado, acarretou à Laura consequências que poderiam ter sido evitadas.
Teste da orelhinha é gratuito
Um direito de mamães e bebês, o teste da orelhinha é oferecido gratuitamente nos hospitais públicos brasileiros desde 2010. Para aquelas que optam por parto em hospitais privados, caso não disponham o serviço, o ideal é que consultem um otorrinolaringologista, pediatra ou fonoaudiólogo ainda na primeira semana de vida da criança.
Ao contrário do teste do pezinho, o teste da orelhinha é um procedimento indolor e não invasivo, ou seja, não há necessidade de furar a orelha do recém-nascido. O exame é feito a partir de um aparelho eletrônico que é colocado no ouvido do bebê enquanto dorme. A avaliação leva cerca de 10 minutos para ser realizada e não há contraindicações. O resultado é anunciado logo após a triagem.