Saiba o que é qual o tratamento para a Apneia do Sono
Apneia significa “parada da respiração”. Apneia do sono é o distúrbio no qual o indivíduo sofre breves e repetidas interrupções da respiração enquanto dorme. As apneias são causadas por obstruções transitórias da passagem do ar pela garganta de pelo menos 10 segundos de duração. Quando ocorrem apneias com frequência maior que 5 vezes por hora no sono dizemos que o indivíduo é portador de apneia do sono.
Estima-se que cerca de 4{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595} das mulheres e 9{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595} dos homens adultos sofram de apneia do sono, sendo que sua prevalência é maior entre os obesos e maiores de 35 anos.
Curiosamente, apesar de possuir alta prevalência na população, apenas recentemente a medicina reconheceu, através de estudos científicos, os riscos trazidos por esta doença e a importância do seu diagnóstico. Deste modo, sabe-se que cerca de 90{6d857a5eddbb2921316bbb2a854dfee372799a40158188d54804cd1fbb972595} dos indivíduos que possuem apneia do sono ainda não possuem o diagnóstico ou sequer foram alertados pelo seu médico para a possibilidade de sofrerem desta doença.
O que provoca a apneia do sono?
– Aumento do peso (causa mais comum nos adultos): o excesso de tecido mole na garganta dificulta mantê-la aberta;
– Os músculos da garganta e língua relaxam mais do que o normal: isso tende a agravar-se com a idade;
– Alterações do formato da cabeça e pescoço podem resultar em menor espaço para passagem de ar na boca e garganta;
– Amígdalas e adenoides grandes são causa comum de apneia do sono na criança.
Quais as consequências da apneia do sono?
Cada vez que ocorre uma apneia ocorre uma diminuição rápida da oxigenação sanguínea. A fim de evitar a morte por asfixia, o organismo envia um “sinal” ao cérebro despertando-o por tempo suficiente para conseguir desobstruir a garganta. Ou seja, ocorre um microdespertar que o indivíduo não percebe e nem lembra no dia seguinte. Esse fenômeno pode repetir-se até 1000 vezes em cada noite de sono nos casos mais graves. Após cada microdespertar ocorre também uma descarga aguda de hormônios do estresse como adrenalina e outros que, aliada a queda da oxigenação sanguínea, pode desencadear arritmias cardíacas, infarto do miocárdio e Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) durante o sono. Além disso, a apneia do sono não tratada, a longo prazo, ocasiona ou agrava várias doenças como diabetes, obesidade, hipertensão, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, AVCs, entre outras.
Devido ao grande número de microdespertares pelas apneias repetidas, o sono torna-se fragmentado ocorrendo diminuição do sono profundo e do sono REM (Rapid Eye Movement – Movimento Rápido dos Olhos, fase onde ocorrem os sonhos) nos indivíduos com apneia do sono. O sono profundo é fundamental para a recuperação do corpo, enquanto que a fase REM é importante para a consolidação do aprendizado e da memória. Assim, a apneia do sono é uma das causas mais comuns de fadiga, sonolência e dificuldades de aprendizado e memória, entre outros sintomas.
Quais os sintomas da Apneia do Sono? Quando suspeitar desse distúrbio?
O indivíduo com apneia do sono raramente percebe que tem dificuldade para respirar durante o sono e por esse motivo, a doença geralmente passa despercebida ao longo de vários anos até o seu diagnóstico. Em muitos casos, a suspeita da doença ocorre por outras pessoas que observam os episódios de apneia ou devido aos seguintes sintomas que podem ser observados:
Ronco alto e interrompido
Sono agitado
Engasgos noturnos
Sonolência excessiva durante o dia
Despertares frequentes
Levantar-se para urinar à noite
Pesadelos
Sono não reparador
Fadiga crônica
Dor de cabeça pela manhã
Irritabilidade
Apatia, Depressão
Dificuldade de concentração
Perda de memória
Impotência sexual
Como diagnosticar?
O diagnóstico da apneia do sono é feito através de um exame chamado polissonografia que é realizada à noite em um laboratório de sono sob a supervisão de técnico ou enfermeiro capacitado. O paciente deve dormir com sensores fixados no corpo que permitem o registro da passagem do ar pelo nariz/boca, oxigenação sanguínea, frequência cardíaca, movimentos do tórax, posição do corpo na cama, além de outros dados. Os sensores são fixados de maneira a permitir ao paciente movimentar-se durante o exame, não atrapalhando assim o sono. Em casos selecionados o exame pode ser realizado no próprio domicílio do paciente através de aparelhos portáteis.
Qual o tratamento da apneia do sono?
O tratamento depende da causa e da gravidade da doença. O ronco sem apneia, bem como a apneia do sono leve podem ter melhora significativa com medidas simples como: dormir de lado, perder peso, evitar uso de álcool ou tranquilizantes, entre outras. O uso de dispositivos orais confeccionado por dentistas que avançam a mandíbula durante o sono (placa oral) pode ser indicado em alguns casos.
O tratamento mais eficaz e mais utilizado para os casos moderados ou graves consiste no uso do aparelho chamado CPAP (do inglês, Continuous Positive Airway Pressure). O CPAP consiste em um pequeno compressor de ar muito silencioso de alta tecnologia que se conecta a uma máscara ajustada ao nariz do paciente. Esse aparelho previne a obstrução da garganta durante o sono e restabelece o sono normal ao indivíduo. Apesar de parecer algo muito desconfortável à primeira vista, o aparelho costuma ser bem tolerado pelos pacientes após a primeira semana de uso. As indicações, contra-indicações e boa adaptação deste tratamento ao paciente tem melhores resultados quando realizado com acompanhamento de um médico e equipe de saúde especializada em distúrbios do sono.
Alguns casos podem se beneficiar de algum tipo de cirurgia aplicada ao nariz e/ou à garganta. Nestes casos, o paciente deve ser cuidadosamente avaliado por médico especialista em distúrbios do sono para indicar o tipo de cirurgia mais apropriada ou evitar uma cirurgia desnecessária.
Quando e como procurar ajuda médica?
O indivíduo que apresenta as doenças e/ou os sintomas descritos anteriormente deve questionar o seu médico sobre este problema ou procurar um médico especializado em distúrbios do sono (medicina do sono). Este poderá encaminhá-lo ao exame de polissonografia para confirmar ou descartar a suspeita de apneia do sono, além de classificar a gravidade da doença. Caso confirme-se a suspeita da doença, o médico especialista poderá orientar e conduzir a melhor forma de tratamento para cada caso, restaurando assim um sono de qualidade.
Fonte: Distúrbios do Sono