Ler e escrever são habilidades completamente necessárias para o nosso desenvolvimento cultural e social. Afinal, quando conseguimos dominá-las podemos ter o controle de muitas coisas em nossas vidas. No entanto, isso está diretamente ligado ao período de alfabetização que o indivíduo recebeu em tempo hábil e de maneira adequada. Essas situações significam que existe prazo para aprendê-las? Segundo estudo, a resposta é sim. Vejam o porquê abaixo.
O que as pesquisas falam?
Entre 2008 e 2009, a professora e neurocientista Fumiko Hoeft ficou responsável por recrutar um grupo composto por crianças com idades entre cinco e seis anos. O objetivo da pesquisadora foi produzir um estudo sobre neurociência básica no desenvolvimento da leitura.
Interessante salientar que quando Hoeft levou em conta todos os fatores explicativos associados à dificuldade de leitura no passado, ela descobriu que apenas uma coisa previa de forma consistente o quão bem uma criança aprenderia a ler no decorrer do processo: o crescimento da substância branca em uma área específica do cérebro, a região temporoparietal esquerda. A neurocientista constatou que a mudança no volume dessa área cerebral acontecia dos cinco aos oito anos e era responsável pelo trabalho de ligar sons e letras.
O levantamento concluiu que se o aumento da massa branca não ocorrer em um momento crítico, os pequenos podem demonstrar dificuldades em descobrir como olhar para as letras e transformá-las em palavras que tenham significado. Com isso, percebe-se o quanto a alfabetização na idade certa é indicada e importante para o prosseguimento do aprendizado da criança em ler e escrever de maneira eficaz.
A alfabetização de maneira sistematizada
Sempre devemos ressaltar que a alfabetização sistematizada é uma forma de potencializar as habilidades de ler e escrever, pois, com o acompanhamento dos educadores, todo esse processo passa a ter mais enfoque na construção de sílabas mais complexas e na condução do ensino elementar da ortografia (algo que vai se aperfeiçoando com o tempo).
Há que se lembrar da presença indispensável dos professores no ensino de tais competências; afinal, nesse período, a criança também desenvolve outras habilidades que se complementarão ao saber ler e escrever.
Sobre a faixa etária para a alfabetização
Em artigos anteriores pontuamos que a idade para alfabetização (entre os 6 e os 7 anos) ocorre nesse período porque tal fase é quando a criança passa a ficar mais apta para as habilidades de leitura e escrita. Essa estratégia tende a favorecer todo o estímulo do desenvolvimento dessa criança.
O processo de alfabetização e, consequentemente, a aquisição da capacidade de ler e escrever são pontos que dependem de pontos estratégicos. Além disso, é sempre válido reiterar algumas etapas que estão incluídas no percurso utilizado para se alfabetizar.
– Entre 2 e 3 anos de idade: as crianças são estimuladas com cores, sons, letrinhas e outros itens de forma lúdica. Esse exercício constante é como se fosse possível abrir uma janela no sistema cognitivo dos pequenos, possibilitando a assimilação desses itens.
– Entre 6 e 7 anos: a partir dessa fase, a criança já está pronta e preparada para ser alfabetizada, tendo como resultado o estímulo recebido lá trás.
Quem passa do prazo de ler e escrever pode ficar sem alfabetização?
Não. De forma alguma. Os alunos participantes do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) são exemplos nítidos de superação. No caso deles, há toda uma história particular que os levou a essa situação, mas podem ser alfabetizados. No entanto, quando há demora, a aquisição dessas competências tende a ser muito mais lenta, se comparada com o mesmo percurso trilhado por uma criança. Além disso, as implicações que uma pessoa pode ter por não dominar a leitura e escrita são inúmeras, causando prejuízo social, cultural e econômico.
Na infância, as dificuldades de ler e escrever precisam ser acompanhadas de maneira mais particular, pois existem muitas possibilidades que podem estar envolvidas nas situações apresentadas em sala de aula pelo aluno.
Fonte: NeuroSaber