Profissionais apontam que ginástica para o cérebro não aumenta inteligência
Segundo 70 neurocientistas e psicólogos cognitivos, não há evidências de que “jogos cerebrais” melhoram o desempenho cognitivo ou ajudam a prevenir doenças degenerativas.
Não há evidências científicas sólidas que validem a eficácia de jogos e programas de computadores que prometem brain training (treino para o cérebro). É o que afirma um documento assinado por 70 neurocientistas e psicólogos cognitivos de vários países.
“Na pesquisa, não há resultados que suportem o argumento de que ‘jogos cerebrais’ alterem o funcionamento neural de forma a melhorar o desempenho cognitivo no dia a dia, prevenir o declínio cognitivo ou doenças do cérebro”, diz o texto, divulgado em dezembro de 2014, pela Universidade Stanford e pelo Instituto Max -Plan-ck de Berlim para o Desenvolvimento Humano.
De acordo com o psicólogo David Hambrick, professor da Universidade do Estado de Michigan, é uma má notícia para a indústria do treino cerebral, mas não é surpresa. Há pouco mais de uma década, o consenso na psicologia é que a inteligência em si não pode ser simplesmente aumentada. Se praticamos muito uma tarefa, ficamos melhores nessa atividade específica e talvez em outras similares. Mas nunca em tarefas em geral.
“Jogar determinado videogame com frequência, por exemplo, certamente o fará ficar melhor no jogo. Mas afirmar com certeza que você desempenhará melhor tarefas parecidas no mundo real não é possível”, explica Hambrick. “Com certeza há algo errado nessas promessas de rápidos ganhos de inteligência. Até que haja conclusões mais consistentes, investir em ginástica para o cérebro é desperdício de tempo e dinheiro.”
Fonte: Mente e Cérebro